sábado, 20 de junho de 2009

Para pensar sobre Jornalismo.

"A imprensa periódica surgiu em decorrência da necessidade de informação mercantil na florescente sociedade capitalista e, portanto, veio a suprir objetivamente uma necessidade do capitalismo" (MARSHALL, p. 64, em 'O jornalismo na era da publicidade').

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"Jornal é um negócio como qualquer outro. Se não der lucro, morre. Por isso deve estar sempre atento às necessidades dos leitores. Mas jornal também é um negócio diferente de qualquer outro. Existe para servir antes de tudo ao conjunto de valores mais ou menos consensuais (...). Valores como a liberdade, a igualdade social e o respeito aos direitos fundamentais do ser humano" (NOBLAT, p. 26, em 'A arte de fazer um jornal diário').

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"A informação, como mercadoria, não é do repórter, mas dos proprietários da empresa de comunicação, a qual está sujeita a muitos interesses e pressões. Isso não torna o veículo necessariamente conservador. Pode mesmo ousar, inovar para manter e ampliar sua presença no mercado.
A notícia é pois uma versão de um fenômeno social, não a tradução objetiva, imparcial e descomprometida de um fato. Qualquer redator ou relator de um fato é parcial, inclusive ao escolher o melhor ângulo para descrevê-lo, como se recomenda nas redações". (MARSHALL, p. 39).

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"(...) um jornal que cede a uma pressão cede a todas. O caminho é manter inviolável o compromisso com a verdade; só isso pode tornar um jornal mais prestigiado, aceito e, portanto, lucrativo" (LIMA, p. 24, em 'Releasemania: uma contribuição para o estudo do "press release" no Brasil').

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"Os leitores raramente percebem quem foi o primeiro a dar a notícia – e, na verdade, nem se importam com isso. Uma notícia superficial, incompleta ou descontextualizada causa péssima impressão. É sempre melhor colocá-la no ar com qualidade, ainda que dez minutos depois dos concorrentes" (FERRARI, p. 49, em 'Jornalismo Digital').

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"(...) jornal jamais é neutro, nem mesmo quando tenta fingir que é. O ato de publicar uma notícia e de desprezar outra é tudo menos um ato neutro. Nada tem de neutro o ato de destacar uma notícia e de resumir outra em poucas linhas" (NOBLAT, p. 120-121).


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Júlia Souza Alves

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